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/Simpósio internacional apresentará tecnologias de ponta para tratamento de lixo

  • Palestrantes: Claudio Mahler, Bernd Bilitevski, William Hogland, Hilary Inyang, Hermansen, Dr. Rao Surampalli, Dr. Kai Münnich, Emílio La Rovere, Klaus Fricke, José Fernando Thomé Jucá
  • Local: Clube de Engenharia, Av. Rio Branco, 124, 25º andar, Centro
  • Data: 24/04/2006 a 27/04/2006
  • Hora: 9:30

O lixo é hoje um dos graves problemas que atinge as cidades brasileiras e a maioria dos países em desenvolvimento. No Brasil, 80% dos municípios não tratam o lixo que produzem, além de despejá-lo em locais inapropriados, sem o menor tratamento. Para abordar este tema e apresentar as novas técnicas de tratamento para resíduos que podem ajudar a mudar este quadro, a COPPE promove, de 24 a 27 de abril, o Simpósio Internacional de Tecnologia e Tratamento de Resíduos Sólidos. A abertura do evento será às 9:30 h, no Clube de Engenharia, na Av. Rio Branco, 124, 25º andar, Centro.

No evento serão apresentadas soluções inovadoras e difundidas as experiências de tratamento adotadas em outros países. Segundo o professor da COPPE, Claudio Mahler, coordenador do evento, o Brasil é um grande ‘produtor’ de lixo. “São gerados no país diariamente mais de 140 mil toneladas de lixo. Uma quantidade elevada, se compararmos com o total de resíduos produzido em toda a América Latina e o Caribe, que gira em torno de 424 mil toneladas”, afirma o professor.

O Simpósio contará com a participação de especialistas, como o professor Bernd Bilitevski, da TU-Dresden, que falará sobre seus estudos de Drenagem em Aterros. Bilitevski também fará parte do painel de abertura, juntamente com os representantes do Ministério do Meio Ambiente e do Ministéria das Cidades, quando será apresentado um panorama das políticas nacionais de resíduos sólidos adotadas no Brasil e na Alemanha.

Outros pesquisadores estrangeiros também estarão presentes ao evento, como o Prof. William Hogland, da Suécia, que falará sobre remediação de aterros e áreas contaminadas; o Prof. Hilary Inyang, dos EUA, que falará sobre monitoramento de aterros; e o professor Hermansen, da Alemanha, que falará sobre cobertura de aterros. O Dr. Rao Surampalli da Environmental Protection Agency, dos EUA, falará sobre projeto e monitoramento de aterros sob a ótica de bioreatores; e o Dr. Kai Münnich falará sobre novas técnicas de monitoramento de aterros desenvolvidas na Alemanha.

Ao final do simpósio, o professor da COPPE, Emílio La Rovere, vai falar sobre Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Na mesa estarão presentes, o Prof. Fricke da Universidade Técnica de Braunschweig, Alemanha, e o Prof. Jucá da Universidade Federal de Pernambuco.

O coral da COMLURB fará uma apresentação no encerramento do primeiro dia, durante um coquetel, e estão programadas para o dia 27 visitas técnicas aos aterros da própria COMLURB e da SA Paulista.

Veja a programação completa no site do evento: http://www.sittrs.ufrj.br

COPPE coordenou projeto pioneiro no Brasil de recuperação ambiental de aterro

Mahler coordenou a primeira experiência de pré-tratamento para recuperação ambiental de aterros de resíduos sólidos realizada no Brasil. O projeto piloto de revegetação do aterro de Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo começou em 1997 e foi concluído em 2002. O aterro, que por mais de 18 anos recebeu cerca de 16,2 milhões de toneladas de lixo, transformou-se em um parque, contendo centenas de árvores de espécies tropicais, algumas com mais de oito metros de altura. Constata-se hoje no local o aparecimento de outras espécies de plantas, aves e animais de pequeno porte. Com o sucesso desse trabalho, o professor da COPPE foi convidado a coordenar projetos similares em três outras cidades brasileiras. Em 1999, foi assinado um acordo de cooperação mútua entre a COPPE e a Universidade Técnica (TU) de Dresden, na Alemanha. Recentemente, foram iniciadas parcerias entre o grupo coordenado pelo professor Mahler e institutos sediados no Japão, França e EUA.

O aterro de Santo Amaro ocupa uma área de 300 mil m2 e possui mais de 55 metros de altura. Desativado desde 1995, este é um dos primeiros aterros florestados, em nível mundial, cuja implementação e acompanhamento vem sendo realizado de forma controlada, com base em conhecimento científico. O projeto começou a ser desenvolvido com o plantio de 2.416 mudas de 24 espécies diferentes, a maioria de espécies inoculadas com microrganismos que facilitam a colonização nos solos de áreas degradadas.

“Como em outros países em desenvolvimento, sofremos no Brasil uma carência de uso de novas tecnologias de tratamento, algumas já empregadas com sucesso em outros países”, comenta Mahler, que atualmente coordena mais de 15 estudos sobre tratamento de lixo e recuperação de áreas contaminas por resíduo.

  • Publicado em - 07/05/2014