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/Estudo da COPPE avaliou potencial econômico do Porto de Sepetiba

Estratégia de Desenvolvimento - Porto de Sepetiba: Portal do Atlântico Sul foi o tema de seminário realizado na COPPE, dia 3 de outubro. O evento marcou a conclusão do projeto de viabilidade econômica do Porto de Sepetiba desenvolvido pela COPPE. Na ocasião, a diretora da COPPE, Angela Uller, entregou o relatório ao superintendente da Área de Investimentos e Inovação da Finep, Luis Melo. Estiveram presentes ao evento o senador Saturnino Braga, o Secretário de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Sebastião Soares, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, o reitor da UFRJ, Aloisio Teixeira, a diretora da COPPE, Angela Uller, entre outros. Segundo o presidente do BNDES, Carlos Lessa, o banco está inteiramente empenhado em viabilizar os projetos que envolvam a expansão do Porto de Sepetiba. No evento, o senador Saturnino Braga anunciou que a Petrobras irá implantar uma refinaria petroquímica no local.

O estudo da COPPE mostra que a expansão do Porto de Sepetiba pode diminuir de 3 a 4 % o custo de logística para o escoamento da produção do Brasil. Um dos mais altos do mundo, esse custo corresponde a 17% do PIB nacional. Nos EUA, esse índice é de 11% e em países da Europa varia de 11 a 12%, como é o caso da Alemanha. Segundo o coordenador da pesquisa, Carlos Alberto Cosenza, professor do Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ, o Porto de Sepetiba tem capacidade de se tornar o maior concentrador e irradiador de cargas do Atlântico Sul. Beneficiado pelas características naturais, com um canal de grande profundidade, poderá receber navios de grande porte, capazes de deslocar rapidamente um volume considerável de carga. “Melhor porto é aquele que apresenta facilidade de logística para receber a maior quantidade de carga e escoá-la com rapidez, conquistando com isso ganho de escala”, explica Cosenza.


A América do Sul não possui um grande porto concentrador, que reúna uma grande número de cargas e distribua a portos menores, alimentadores. A idéia é que o Porto de Sepetiba possa atender num primeiro momento o Mercosul, e, depois das obras de infra-estrutura, se estender aos demais países da América do Sul e África Atlântica. “Sepetiba é o principal projeto de desenvolvimento nacional, que poderá inserir o Brasil no mapa das grandes rotas internacionais”, afirma Cosenza. A tendência mundial é que existam poucos portos concentradores nos moldes dos grandes portos internacionais como Rotterdam (Holanda), Gioia Taro (Itália), Cingapura, Hong Kong.


Financiado pela Finep, o projeto, intitulado Gestão Estratégica da Área de Entorno do Porto de Sepetiba/Itaguaí (GESEP), buscou avaliar também as potencialidades e os impactos diretos da atividade sobre o país e os municípios no entorno, definindo um novo perfil de crescimento econômico por meio do desenvolvimento de portos. De acordo com o projeto poderão ser criados cerca de 50 mil empregos indiretos, beneficiando os municípios próximos à região. Uma das proposta do estudo é a instalação de uma fábrica de containers no local. .

Passivo ambiental

Outro tema que será debatido durante o seminário, é o passivo ambiental deixado pela desativação, em 1998, da Companhia Mercantil e Industrial Ingá, depois do processo de falência. Esse se tornou um dos grandes entraves à expansão do Porto de Sepetiba. Hoje um morro de rejeitos contendo zinco, além de cádmio e chumbo, coloca em risco as águas da Baía de Sepetiba. Há sete anos estudando a região, o Laboratório de Análise Ambiental e Mineral da UFRJ e a COPPE desenvolveram o projeto Ingá Rejeito Zero, que prevê tanto uma solução ambiental para o problema quanto um destino comercial para o material tóxico por meio da construção de tijolos e cerâmica.

  • Publicado em - 29/09/2003