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/Jogo de tabuleiro da UFRJ voltado para descoberta de novos fármacos é adotado em diversificadas instituições

 

Criado por pesquisadores da Coppe e do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), da UFRJ, o jogo educacional de tabuleiro denominado Screener começou a ser adotado em cursos de diversificadas instituições de ensino. Acompanhado por um livro, o jogo foi idealizado para propiciar um aprendizado lúdico e interativo sobre o longo e custoso processo que leva à comercialização de novos medicamentos. Pelo menos sete instituições, envolvendo cinco cursos de pós-graduação em Farmacologia, dois de graduação e um de nível técnico, já utilizaram o jogo nos ensinamentos de seus alunos, cujo número total já ultrapassa a 150.

 

O objetivo principal do Screener é estimular e apoiar os Programas de Pós-Graduação em Farmacologia que desejam implantar uma disciplina sobre o processo de descoberta e desenvolvimento de fármacos e medicamentos. O jogo foi lançado, em novembro de 2021, durante o congresso anual da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental (SBFTE), órgão que, por meio de suas iniciativas educacionais, chancelou o jogo produzido pela equipe multidisciplinar da UFRJ. Sua produção contou com apoio de Farmanguinhos/Fiocruz e do CNPq, e a dinâmica está disponível no site http://screener.com.br.

 

Com o jogo é possível compreender todo processo de introdução de um novo fármaco no mercado, desde a validação de um alvo até o registro do novo medicamento junto à agência reguladora, a exemplo da Anvisa. Criado pelos pesquisadores do Laboratório de Ludologia, Engenharia e Simulação (Ludes) da Coppe, e pelo Prof. François Noël, do Programa de Farmacologia e Química Medicinal do ICB, o Screener foi idealizado para que possa ser jogado de forma individual, como autoaprendizagem, ou com a ajuda de um monitor para auxiliar seis jogadores ou equipes. O professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (Pesc) da Coppe Geraldo Xexéo, coordenador do Ludes, explica que, ao final do jogo, se espera que os participantes tenham aprendido as 29 tarefas a serem executadas, organizadas em sete etapas que constituem as fases de descoberta e desenvolvimento de fármacos, dentro do quadro regulatório.

 

O Screener foi utilizado de formas diferenciadas nas instituições

 

No próprio curso do ICB-UFRJ, o jogo foi usado na forma proposta pelos seus criadores, já em maio de 2022. Da mesma forma, o jogo foi adotado de forma tradicional na Universidade Federal de Goiás (UFG), pelos professores Paulo Ghedini e Carlos Henrique de Castro, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, em uma turma de 12 alunos. O mesmo ocorreu na Universidade Federal do Pará (UFPA), onde as professoras Maria Elena López e Gabriela Arrifano, do Programa de Pós Graduação em Farmacologia e Bioquímica, utilizaram o Screener em uma turma de nove alunos.

 

Alguns professores fizeram adaptações ao formato original, a exemplo da realizada pela professora Tânia Araújo Viel para uma turma de 50 alunos do curso de Biotecnologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP). Tânia construiu um tabuleiro semelhante ao do Screener com placas de EVA (que são emborrachadas a base de etil, vinil e acetato), no qual um estudante de cada grupo se desloca como se fosse o peão do jogo tradicional. Já os professores Soraia Costa, Marcelo Muscará e Wothan Tavares de Lima do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas, também da USP, usaram o jogo de forma híbrida em uma turma de 29 alunos. As equipes tinham um aluno jogando de forma presencial e outros acompanhando de forma virtual.

 

No Programa de Pós-Graduação em Produtos Bioativos e Biociências (PPG-ProdBio), da UFRJ-Macaé, o Screener foi utilizado em uma turma de 12 alunos pelos professores Juliana Raimundo e Thiago Barth, na qual as equipes foram formadas por um aluno de pós-graduação e um aluno de graduação selecionado para integrar um programa de pré-mestrado. Já na universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), o jogo foi utilizado de forma inovadora na aula prática de Farmacologia Humana do curso de graduação em Enfermagem, pelo professor Domingos Tabajara Martins, com colaboração das professoras Bruna Di Serio e Ariadne Aguiar.

 

Outra instituição que utilizou o Screener de forma diferenciada foi o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), no campus Maracanã. Lá as professoras Marcela Coutinho, Bruna Zorzanelli e Eloísa Portugal Souza fizeram uma adaptação para poder usar o jogo no ensinamento de seus 34 alunos do último ano do curso técnico em Farmácia, na disciplina de Tecnologia Farmacêutica. Uma experiência que foi bem apreciada por tais estudantes, em função da linguagem ter sido adaptada a eles.

 

A metodologia científica incorporada no Screener foi estruturada pelo professor François Noël, do Programa de Pós-graduação em Farmacologia e Química Medicinal, do ICB/UFRJ. A principal função do jogo é atender aos alunos de pós-graduação que atuam nas áreas de farmacologia e química medicinal/farmacêutica, sendo por eles usados durante as disciplinas. Mas, pode ser bastante útil para todos os profissionais envolvidos em alguma etapa do processo de descoberta e desenvolvimento de fármacos, assim como para alunos de graduação que se interessam pela área e pretendam ingressar num curso de pós-graduação, ou mesmo pleitear uma vaga na indústria farmacêutica, no INPI ou na Anvisa, por exemplo.

  • Publicado em - 18/01/2023